31 maio 2008

Feira do Livro do Porto - sábado, 31 de Maio, 17 horas (Café Literário)

Escritores do Porto

Debate com Albano Martins, Inês Lourenço, Mário Cláudio.

27 maio 2008

O Caderno Actual do Expresso, recém-estrelado...





Até há pouco tempo, o Caderno Actual do Expresso, tinha escapado, digna e estóicamente, à moda das "estrelinhas", espécie de sarampo ou nota de júri Dança Comigo, pop-piroleira, dada pelos oficiantes da crítica, aos pobres produtos artísticos (ou nem por isso). O Ípsilon, do Público, modernaço como convém (para os jovens que o não lêem e os leitores on-line), já tinha adoptado o sistema. Se para filmes, a coisa é mais ou menos comestível, por diversas razões, (de multi-autoria, divulgação, exibição e publicidade) o mesmo não direi para a crítica de livros.

Ouço dizer que são modas "americanas". Serão?

O que é, sobretudo, é uma indigna acção de rotulagem, tipo Pousadas de Portugal ou hotel de charme, que reduz o escriba à condição de aluno ou arguido do senhor ou senhora que o leram de través; ou a bonificações suspeitas de 5 estrelas, quando a Editora tem tentáculos. Também os críticos ficam reduzidos a mestres-de-escola ou jurados de meia-tijela. Pois ninguém lê o texto adstrito, com o somatório estrelício, à mão.

A propósito de 5 estrelas, essa classificação hoteleira, já está desactualizada; pois já cá os há, com 6 estrelas.

Como se vão arranjar para "estrelar" uma reedição de Dostoievsky, Proust, Camilo, Eça?

Têm que mudar para 6!!!!!!



26 maio 2008

Os heróis e as heroínas




Este actual estatuto de semi-deuses, ampliado pelos media, até à náusea, conferido a uns rapazes que têm a profissão de futebolistas e são principescamente pagos, demonstra até que ponto o conceito de herói anda deteriorado, a não ser que se utilize em sentido satírico.

Os heróis ou heroínas (bélicos, trágicos ou românticos) nada têm a ver com pagamentos milionários e existem no plano puro da Paixão, da Honra , do Idealismo, do desinteresse material. Também se pode falar em "heróis e heroínas quotidianos" que vivem no limite da resistência, psíquica ou física.

Como todos os "fenómenos de massas", o futebol não é da ordem do racional. Por isso é tão avassalador. As turbas projectam-se no sentido de pertença, no "desafio", na competição, na oposição ao "outro". Os miúdos ciganos cultuam Quaresma e o facto de Ronaldos e Figos serem de origens humildes, mais empolga a identificação das gentes,

Scolari, um manipulador nato, pôs, para nossa vergonha, as gerações actuais a cantar "A Portuguesa" de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça.

23 maio 2008

O autocarro da selecção seguiu com honras de Chefe de Estado, precedido de batedores da polícia

(dos media portugueses)





Splendor in the grass



Rectângulo de uivos e
pertenças coloridas
que entoam hinos e
insultos a ulular
vitórias e a sofrer
derrotas, vocação
lupina de diluir a própria
voz no som geral da
alcateia, que delimita
na relva os interditos e os
heróis.

Num outro rectângulo
iluminado por Kazan,
Deanie Leomis foge da sala
ao ler um poema de Wordsworth
demasiado parecido consigo.

I. L.

A Disfunção Lírica, & etc, Lisboa, 2007







14 maio 2008

"Esculpindo a Música" ______Casa-Museu Teixeira Lopes, dia 16 de Maio, às 21h30



"Porto Romântico", ao vivo, com a muito especial colaboração de Jorge Rodrigues (a inesquecível voz de Ritornello), dizendo poesia portuguesa da época.

12 maio 2008

A defesa do poeta - Natália Correia






Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim

Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes

Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei

Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em criança que salvo
do incêndio da vossa lição

Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis

Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além

Senhores três quatro cinco e Sete
que medo vos pôs por ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa

Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.




03 maio 2008

Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa - leia, divulgue e assine, se concorda.

___________________________________
___________________________________

http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa

____________________________________
_____________________________________